Inédito

Árvores de parques urbanos de Niterói são mapeadas

Agora todas as árvores são marcadas com lacres numerados

O censo serve como grande diagnóstico da vegetação dos três parques urbanos
O censo serve como grande diagnóstico da vegetação dos três parques urbanos |  Foto: Luciana Carneiro / Ascom Niterói
 

Os três principais parques urbanos de Niterói – Campo de São Bento, Horto do Fonseca e Horto do Barreto – tiveram todas as espécies arbóreas mapeadas em inventário realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS).

O primeiro censo florístico da cidade de Niterói teve por finalidade identificar, quantificar e dar suporte à Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser), responsável pela manutenção dos parques, para realizar o manejo adequado das árvores existentes, bem como propiciar informações técnicas para projetos de Educação Ambiental.

Agora todas as árvores serão marcadas com lacres numerados tipo “espinha de peixe” e terão seu registro fotográfico.

O inventário foi elaborado por uma empresa especializada, contratada por meio de medida compensatória ambiental pela Secretaria do Meio Ambiente. O secretário Rafael Robertson explica que o censo é um grande diagnóstico da vegetação dos três parques urbanos.

“Esse diagnóstico é importante pela riqueza de detalhes que ele apresenta e porque será fundamental para o controle e manejo dessa vegetação e para o planejamento de ações nos parques”, afirma Robertson.

O secretário disse ainda que o inventário é um estudo científico profundo que poderá ficar à disposição da população e contribuir para outros trabalhos científicos sobre a flora local.

De acordo com o biólogo, Alexandre Moraes, da Seconser, o Censo é fundamental para conhecer a riqueza vegetal.

“Na realidade as pessoas só amam o que conhecem. Então, o cidadão precisa conhecer o patrimônio arbóreo que nós temos dentro desses parques. A identificação dessas árvores por meio das placas que estão sendo colocadas, é outro ponto importante. Muita gente não tem ideia do que é, por exemplo, uma castanheira, um mogno, um vinhático ou o pau-brasil. Muitas pessoas passam nesses parques e não se dão conta de que há a necessidade de preservar essas espécies. Conhecendo, nós podemos, por exemplo, fazer o enriquecimento dessas áreas com outras espécies nobres. Essa é uma prática presente nas cidades mais importantes do mundo”.

Os relatórios com o inventário dos três parques apresentam ainda o estado fitossanitário das espécies encontradas e recomendam ações, como monitoramento de pragas e colocação de placas informativas com a intenção de promover a educação ambiental e conscientizar os frequentadores sobre a importância de preservação das espécies de árvores locais.

Segundo a SMARHS, com o levantamento foi possível identificar as espécies que estão presentes na cidade, além de várias outras características das árvores, tais como o DAP (que é uma medida do diâmetro da árvore a 1,30 metros de altura em relação ao nível do solo igual ou maior que 5 centímetros), além de obter informações dendrométricas (altura, DAP e volume), a taxonomia de cada elemento arbóreo, bem como o seu respectivo estado fitossanitário, em planilhas numeradas.

Também foram obtidas as seguintes informações de cada elemento arbóreo: Espécie, altura total, medida entre a base do fuste até o ponto mais alto da copa, diâmetro de copa e origem além das coordenadas das árvores com a posição do elemento arbóreo na planta do empreendimento.

O relatório levou em conta os principais parâmetros estatísticos para a população analisada: média, variância, desvio padrão e os totais da população. Também foram identificadas as espécies representantes da Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção

Horto do Barreto

O relatório apresentou o levantamento arbóreo realizado em área de 20 mil metros quadrados. Foram inventariados 529 elementos arbóreos divididos em 85 espécies. As espécies mais frequentes no parque foram ingá de macaco, mangueira, pau formiga, palmeira rabo de peixe e murta.

O estudo levantou duas espécies ameaçadas de extinção pela Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção: o pau-brasil, com 5 elementos arbóreos, e o cedro com apenas 1 elemento arbóreo.

Campo de São Bento

O relatório apresentou o levantamento arbóreo realizado em área de 36 mil metros quadrados. Foram inventariados 829 elementos arbóreos, com 130 espécies e 148 mudas florestais. As espécies mais frequentes são resedá, pau-brasil, ipê-amarelo, grumixama e ipê-branco.

O estudo levantou três espécies ameaçadas de extinção pela Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção: o pau-brasil, com 21 elementos arbóreos e 19 mudas, o cedro, com 4 elementos arbóreos e o cedro-odorata com 1 elemento arbóreo.

Horto do Fonseca

O relatório apresentou o levantamento arbóreo realizado em área de 80 mil metros quadrados. Foram inventariados 949 elementos arbóreos divididos em 130 espécies. As mais frequentes são jaqueira, areca-bambu, carrapeta, ingá de macaco e palmeira-imperial.

O estudo levantou quatro espécies ameaçadas de extinção pela Lista Oficial das Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção: pau-brasil, com 35 elementos arbóreos, o jequitibá-rosa com 2 elementos arbóreos, o cedro com 5 elementos arbóreos e o cedro-odorata com 3 elementos arbóreos.

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